RONALDO USA. E VOCÊ?

Usar celebridade para vender um produto é mais antigo do que podemos imaginar. A moda começou na França, em 1880, e de lá pra cá está cada vez mais presente na propaganda. Dados não consolidados mostram que  aproximadamente 16% dos comerciais produzidos utilizam-se dessa artimanha. Aliás, usar uma celebridade é o recurso mais manjado quando não se tem muita coisa a dizer ou falta criativdade para vender o produto.

Esse assunto dá muito pano pra manga mas, particularmente, não me sinto motivado a comprar um produto só porque fulano disse que é bom ou porque ciclana disse que usa.

Em 2007, a consultoria Gfk Indicator realizou uma pesquisa com 1.470 consumidores brasileiros para saber o quanto e o quê uma celebridade pode render para uma marca ou produto. As atrizes Malu Mader e Glória Pires e o jogador de futebol Raí, por exemplo, estão sempre na crista da onda, mas quem reina soberana com os maiores índices de aprovação é a atriz Fernanda Montenegro. A única atriz brasileira indicada ao Oscar é capaz de agregar alto grau de inteligência, confiabilidade, autenticidade, honestidade e sofisticação a uma campanha.

Na direção contrária, surpreendentemente, estão o "rei" Pelé e o "fenômeno" Ronaldo. Segundo a pesquisa, Pelé é visto entre os consumidores brasileiros como uma pessoa austera, incapaz de transmitir alegria, animação ou mesmo confiabilidade e autenticidade a um produto. O jogador Ronaldo tem perfil semelhante e atingiu -26 pontos, numa escala que vai até -30, no quesito charme.

Analisando a nova campanha da marca Bozzano, que traz o jogador como garoto propaganda, dá pra perceber que falta ao "fenômeno" muito mais do que charme, mas também desenvoltura em frente às câmeras.

Esse corta como ninguém.

Sabe o que acabou de me passar pela cabeça e que seria bem irônico. O jogador Ronaldo ser convidado para estrelar uma campanha da marca Gillette. Será que ele toparia?